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Novo estudo mostra quais hábitos alimentares estão relacionados com maior ou menor mortalidade e como pequenas modificações podem fazer a diferença

Essa semana foi publicado na revista JAMA um estudo que mostra quais fatores alimentares foram associados a maior mortalidade por doenças cardiovasculares e metabólicas nos Estados Unidos, incluindo diabetes tipo 2, acidente vascular cerebral e doença cardíaca.

O estudo aponta dados impressionantes: 45,4% de todas as mortes por doenças cardiometabólicas em adultos no ano de 2012 estiveram associadas a um consumo deficiente de fatores alimentares específicos. A maioria desses óbitos foi causada por doença cardiovascular  (506.100 óbitos), seguida por acidente vascular cerebral (128.294 óbitos) e diabetes tipo 2 (67.914 óbitos), relatou pesquisadora Renata Micha PhD, da Tufts Friedman School of Nutrition Science and Policy em Boston. 

O problema do excesso do sódio escondido nos alimentos: 

Sabemos que o uso do sódio pela industria alimentar é prática comum, em especial, para conservar alimentos congelados. Um consumo  excessivo desses produtos alimentares ultrapassa facilmente os valores nutricionais máximos recomendados pelas sociedades médicas. De fato, a ingestão elevada de sódio foi o maior contribuinte dietético para a mortalidade cardiometabólica em 2012, representando cerca de 9,5% das mortes (n = 66.508), como mostra o Journal of the American Medical Association.

 

O baixo consumo de castanhas e sementes
 
Houve uma relação importante entre o baixo consumo de castanhas, nozes e sementes ocupando o segundo lugar na lista. Esses alimentos ricos em gorduras mono e poliinsaturadas fazem parte de muitas dietas saudáveis como, por exemplo, a dieta do mediterrâneo. Nesse estudo o baixo consumo de castanhas e sementes foi associado a 8,5% das mortes (n = 59.374 mortes). 

 

Outros fatores dietéticos que contribuem para a mortalidade cardiometabólica incluem:

1 – Consumo de carnes altamente processadas: 8,2% das mortes (57,766)

2 – Baixa ingesta de Ómega 3 dos frutos do mar: 7,8% (54,626)

3 – Baixa ingesta de Legumes: 7,6% (53,410)

4 – Baixa ingesta de Frutos: 7,5% (52,547)

5 – Consumo de bebidas com elevado teor de açúcar: 7,4% (51 694)

 

Qual impacto de uma modificação alimentar em um período de 10 anos?

Outra avaliação curiosa dos pesquisadores foi o significativo aumento, entre os anos de 2002 e 2012 da ingestão de gorduras poliinsaturadas o que diminuiu a taxa de mortalidade em até 20,8%. Além disso, segundo o estudo o aumento da ingestão de castanhas, nozes e sementes em 10 anos diminuiu a taxa de mortalidade em 18% e a queda na ingestão de bebidas açucaradas se relacionou com uma diminuição da mortalidade em 14,5%. Vale ressaltar que identificar a relação dos alimentos com as doença cardiometabólicas é essencial para identificar prioridades, orientar no planejamento nutricional do indivíduo e criar estratégias para alterar esses hábitos alimentares buscando a melhora da saúde. Por isso, tenha sempre acompanhamento do médico e do nutricionista para realizar seu planejamento alimentar de forma saudável e com segurança. 

 

Por Dr. Guilherme Renke – Médico pela Universidade Estácio de Sá, com pós-graduação em Cardiologia pelo Instituto Nacional de Cardiologia INCL RJ e Endocrinologia pela IPEMED. Membro da Sociedade Brasileira de Medicina do Exercício e do Esporte, Membro do American College of Sports Medicine, Membro da Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), Membro do Departamento de Ergometria e Reabilitação da SBC, Médico pós-graduado em endocrinologia e metabologia da Nutrindo Ideais e colunista da página Eu Atleta – Globo.com

 
Referências: 

1 – Micha R, et al “Association between dietary factors and mortality from heart disease, stroke, and type 2 diabetes in the United States” JAMA 2017; DOI: 10.1001/jama.2017.0947.