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Métodos Contraceptivos

Vamos começar nossa discussão sobre métodos contraceptivos sem preconceitos?

A primeira pílula anticoncepcional (ACO) chegou ao mercado em 1960 nos Estados Unidos e até hoje é um método bastante utilizado para evitar a gravidez. 

O ACO atua inibindo a ovulação, alterando o muco cervical, o endométrio e a mobilidade das trompas. .

O estrógeno mais utilizado é o etinilestradiol, combinado com diversos progestágenos: ciproterona (Diane 35, Selene); clormadinona (Belara); levonorgestrel (Level); desogestrel (Femina, Primera); gestodeno (Mínima, Tantin, Allestra); drospirenona (Iumi, Yaz, Yasmin). Existem também ACO contendo o estradiol, o estrogênio natural, Qlaira e Stezza, que parecem diminuir os efeitos colaterais causados pelas pílulas com o etinilestradiol.

Mas, quais são os efeitos esperados e quais os efeitos colaterais que podem ocorrer?

As pílulas anticoncepcionais regularizam o ciclo menstrual, aliviam os sintomas da TPM, auxiliam na melhora de hirsutismo e oleosidade da pele, diminuem as cólicas menstruais, auxiliam no tratamento da endometriose e sangramento por miomas e diminuição do risco de câncer de ovário.

Já como efeito colateral, podem ocorrer os seguintes sintomas: dor de cabeça, tonteira, vômito, náuseas, inchaço, irritabilidade, cansaço, alteração da libido, acne, ganho de peso, depressão, aumento do risco de trombose*.

Devemos lembrar que os riscos existem, principalmente quando a paciente tem um estilo de vida sedentário, é fumante ou hipertensa. Caso a paciente tenha um histórico familiar e alguns fatores de risco, ela ainda pode optar por outras alternativas de contracepção.

 

Alternativas ao anticoncepcional oral 

Vamos falar agora sobre algumas alternativas ao anticoncepcional oral, como o anel vaginal, a injeção mensal e o adesivo?

Esses métodos são métodos hormonais combinados e que, por não serem administrados diariamente pela própria paciente, são menos passíveis de erros, já que não existe a possibilidade de falha por esquecimento!  

Se a paciente optar pela injeção mensal, por exemplo, estará escolhendo um método que possui estrogênio natural em sua composição, o que parece conferir maior segurança na administração e alta eficácia. Os efeitos colaterais aqui são semelhantes aos da pílula, como dor de cabeça e irregularidade menstrual. 

No caso do anel vaginal, ele é colocado pela própria mulher, mas deve ser trocado somente após três semanas, com um intervalo de uma semana. A principal vantagem do anel é que ele possui uma dose bem menor de hormônios, se comparado à pílula, provoca menos efeitos colaterais e menores taxas de sangramento de escape. 

Já o adesivo deve ser trocado semanalmente, durante três semanas. Após a aplicação do terceiro, a paciente faz um intervalo de uma semana para a colocação de um novo. A principal desvantagem, nesse caso, é que em pacientes com mais de 90kg, ele pode apresentar eficácia menor. Os efeitos são semelhantes aos da pílula, porém podem haver reações locais como vermelhidão e prurido (“alergia”).

Mirena – sistema liberador intrauterino (siu) de levonorgestrel

Muitas pacientes me perguntam sobre os dispositivos intrauterinos. Assim como o implante contraceptivo disponível no Brasil, eles também são considerados métodos contraceptivos reversíveis de longa duração. A principal vantagem é que, além de muito eficazes, eles independem da intervenção da paciente. 

 

Contraceptivos – apenas com progesterona

Existem ainda as opções pouco conhecidas pelas pacientes, como por exemplo, os contraceptivos que possuem apenas progestágeno: pílulas compostas por desogestrel (por exemplo, Cerazette e Nactali), injetáveis trimestrais e implante subdérmico. 

Em relação à vantagem desses métodos podemos dizer que eles possuem menos contraindicações do que os contraceptivos combinados, sendo elas, de forma geral, o câncer de mama e, obviamente, a gestação! 

Os contraceptivos apenas com progestágenos têm influência mínima na coagulação, diminuem o volume menstrual e os sintomas da TPM. Dentre os efeitos colaterais, algumas mulheres podem apresentar sangramento irregular, dor de cabeça no início do tratamento, depressão e acne. 

Nunca é demais lembrar que os benefícios e indicações de cada um dos métodos contraceptivos deverão ser avaliados pelo seu ginecologista. Não comece a fazer o uso de um anticoncepcional sem a indicação do seu médico. Ele saberá conduzir a situação e indicar o método mais adequado para você.

 

Dra. Karina Zamprogno
Ginecologista Obstetra

*O ACO aumenta o risco de trombose, progestágenos mais novos, como gestodeno, desogestrel, drospirenona e ciproterona, possuem risco de trombose 2X maior do que o levonorgestrel, que é mais antiga e aumenta o risco em 4X quando comparado a mulheres que não não utilizam ACO.