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Febre Amarela

O surto de febre amarela que atingiu Minas Gerais fez com que muitas pessoas de Estados vizinhos passassem a buscar a vacina em hospitais e postos de saúde.
 

A Secretaria Municipal de Saúde descartou a possibilidade de uma vacinação em massa no Rio de Janeiro, pois segundo nota publicada “Não há febre amarela na cidade. Portanto, só devem ser vacinadas as pessoas que passaram por avaliação médica, assim como aquelas que estão com viagem agendada para locais com registros da doença, como Minas Gerais, Amazonas, Pantanal e países como Colômbia, Bolívia, Equador e Peru, entre outros.”

 
Mas afinal o que é a febre amarela? Como se contrai a doença? Quais os riscos?
 
 
 
O que é?
febre amarela é uma doença infecciosa aguda, de curta duração (no máximo 10 dias) e gravidade variável, causada pelo Flavivirus (vírus da febre amarela), que ocorre na Américas (Central e do Sul) e na África. 

É dividida em: 

– Febre amarela silvestre, transmitida por Haemagogus – um mosquito que vive no topo de árvores de florestas e transmite a doença principalmente a macacos e raramente a habitantes de áreas rurais;

– Febre amarela urbana, que é transmitida pelos Aedes aegypti e Aedes albopictus. A febre amarela urbana foi extinta no Brasil desde que a vacina ficou disponível e a técnica de contenção implementada. Caso ocorra algum caso da doença há vacinação em massa no local e no entrono, limitando a transmissão da doença. 

 

Transmissão

Não existe a transmissão pessoa para pessoa.

Em áreas silvestres, a febre amarela ocorre em macacos. Os principais transmissores são os mosquitos dos gêneros Haemagogus e Sabethes, que picam preferencialmente esses animais.

Os mosquitos vivem também nas vegetações à beira dos rios e picam o homem que entra na mata. 

Não há transmissão direta de pessoa a pessoa. Isso só pode ocorrer se uma pessoa infectada for picada por um mosquito e esse picar alguém não infectado previamente e ainda não vacinado. Se esse indivíduo retornar à cidade, pode servir como fonte de infecção para o Aedes aeqypti (mosquito que também transmite a dengue), iniciando assim a transmissão da febre amarela urbana. Porém, no Brasil não há casos relatados da febre amarela urbana desde 1942.

O Aedes aeqypti é um mosquito de hábito diurno e prolifera-se na cidade, em ambientes que acumulam água limpa (vasos de plantas, garrafas, pneus etc.). Atualmente está presente em aproximadamente 4 mil municípios brasileiros.

 

Incidência

A maior incidência da doença acontece entre os meses de janeiro e abril, período das chuvas. Nessa época, há um aumento da quantidade do mosquito transmissor. Sendo período de férias –  de final de ano e escolares – e de maior atividade agrícola pode haver a elevação do número de pessoas infectadas.  

 

Sintomas

Os sintomas, em geral, surgem até 6 dias após a picada pelo mosquito infectado. A pessoa pode apresentar febre alta (maior que 37,8ºC) e de início súbito, mal-estar, dor de cabeça, dor muscular e calafrios. Podem surgir também náuseas, vômitos e diarreia. 

Grande parte dos pacientes melhora após 2 a 4 dias e torna-se imune a novos episódios da doença.

A forma grave da febre amarela surge um ou dois dias depois de um período de aparente melhora. É resultado da relação entre estado do sistema imunológico do paciente e ação do vírus; por isso alguns pacientes evoluem para melhora e autoimunização enquanto outros desenvolvem a forma grave. Nela, entre 20% e 50% dos pacientes podem evoluir para o óbito.

Nessa fase, reaparecem a febre, a dor abdominal, o vômito e a diarreia. Ocorrem sangramentos nas gengivas e pelo nariz e as fezes e o vômito podem ser escuros como borra de café. Pode haver comprometimento do fígado e o volume de urina diminui até a ausência total, por mau funcionamento dos rins. 

Os sintomas iniciais da febre amarela são os mesmos da dengue e da leptospirose. Por isso é importante buscar atendimento médico o mais rápido possível aos primeiros sinais, para que seja feito o diagnóstico diferencial, por meio da coleta de sangue e exame sorológico – principalmente o isolamento do vírus em cultura. Assim, serão tomadas as medidas adequadas para o tratamento.

 

Prevenção e Vacinação

A única forma de prevenção é a vacinação. 

A vacina contra a febre amarela é segura e tem validade de 10 anos. Ela integra o calendário de vacinação brasileiro e está disponível nos postos de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

Áreas de risco

Infelizmente o Brasil como um todo é uma grande área de risco – exceto o litoral da região sul, no sentido que ocorrem em quase todo país casos esporádicos de febre amarela silvestre – e isto inclui o Estado do Rio de Janeiro.