A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) enviou nessa segunda-feira (02/10/17) uma carta aos seus associados solicitando o engajamento de todos os pediatras brasileiros numa campanha pelo completo banimento dos andadores no País.
O motivo da mobilização é que a Comissão de Seguridade Social e Família da Câmara dos Deputados no Congresso Nacional está prestes a apreciar o Projeto de Lei Nº 4926/2013 que, em sintonia com a posição oficial da SBP, determina expressamente a proibição da fabricação, venda e utilização de andadores infantis em todo o território nacional.
O uso dos andadores gera muitas dúvidas na família e cabe ao pediatra a correta orientação, no intuito de alertar os pais sobre os inúmeros riscos do uso deste objeto.
Embora os pais aleguem que o uso do andador fornece mais independência à criança, maior mobilidade e promove o seu desenvolvimento, na verdade os riscos e malefícios são inúmeros.
Diversos estudos comprovam que os andadores, ao contrário do que se imagina, não ajudam em nada o desenvolvimento da criança:
? postura incorreta da marcha
? ocasiona mais quedas do que o normal
? propicia independência a uma criança que ainda não tem maturidade para tal,
? retarda a atividade muscular da criança, que fica pendurada, sem mexer as pernas e as articulações, etc
E ainda, os andadores aumentam muito os riscos de traumatismo craniano e outros acidentes.
Em 2015 o Inmetro analisou 10 marcas de andadores, nacionais e importadas, disponíveis no mercado brasileiro, e nenhuma delas passou no teste! Analisando as amostras em 12 quesitos, dentre os quais prevenção de quedas ao descer degraus, abertura, assento e estabilidade, o Instituto concluir que todos os modelos foram reprovados.
No Canadá, por exemplo, desde 2007 é proibido vender, importar e mesmo fazer propaganda de andador para bebês. O mesmo aconteceu nos Estados Unidos e na Europa.
Os pediatras tem um papel fundamental nesse cenário, pois estão em contato constante com os pais e as crianças.
Converse com o seu pediatra e tire todas as suas dúvidas. As crianças agradecem!
Por: Dra. Bianca Mello Soto
Pediatra da Nutrindo Ideais