O câncer pode provocar diversas reações emocionais, uma vez que enfrentar a doença não é nada fácil, podendo levar o paciente a ter transtorno psiquiátricos. Pacientes, familiares, amigos, todos precisam estar entrosados com o tratamento e preparados para administrar as recorrentes crises que podem surgir e as diferentes fases vivenciadas diante da doença, pois cada pessoa reagirá de uma forma.
A advogada Germaine Tillwitz, faz um breve relato sobre a sua percepção diante do diagnóstico e tratamento do câncer de mama enfrentado e vencido recentemente.
“Se descobrir com câncer é, na verdade, se redescobrir!
Recebi o quase diagnóstico a partir de um exame de mamografia (pela imagem os médicos tinham certeza que se tratava de tumor maligno), mas me apaguei fortemente ao “quase”, afinal não conseguia me imaginar com câncer de mama. Eu? Que não tenho histórico familiar, que amamentei, longe de qualquer fator de risco. Eu?
O “quase” era de fato a temerosa notícia: você, aos 32 anos, tem uma região tumoral de 8,5 cm. Chorei, chorei mais, chorei escondida. Usava o marido como desabafo de uma fortaleza que eu queria transmitir. E fui acostumando! Conforme o tratamento ia acontecendo, me redescobria, a cada dia.
Uma nova mulher, agora sem cabelos, com cicatrizes, dores, inchaço. E redescobrir me surpreendeu: é bom! Existe sim uma forma leve de lidar com a doença. Essa leveza eu escolhi. Me redescobri e descobri que sou o que a vida me propuser VIVER! VIVER, é o que eu quero. ”
Não há comprovação de que a depressão e outros distúrbios emocionais provoquem o câncer, mas muitas vezes o tratamento oncológico necessita de acompanhamento psiquiátrico e psicológico para ajudar a minimizar o sofrimento causado pela doença, apoiar e melhorar a qualidade de vida, especialmente dos pacientes.
Texto por: Dr. Higor Caldato – Médico Psiquiatra